quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Culpa, não! Difícil...



Hoje conheci um FB chamado 'Culpa, Não', nome sugestivo e ainda 'culpante' rsrsrs.
Comecei a devorá-lo, e logo resolvi descrever o quanto é dolorida a 'culpa'. Ao menos uma vez por dia, sinto culpa, por não aproveitar as 24 horas do dia ao lado da Eduarda, sempre me vem a cabeça 'Por que não paro de trabalhar e curto cada segundo ao lado dela?', 
O que me dá sensação de alívio é quando a van da escolinha vem buscá-la e ela vai, livre, leve e solta, me dá tchau e me beija, e vai... E o que me deixa triste, a ponto de chorar 1 vez a cada 10 idas a escolinha, é calcular que ela ficará longe de mim nas próximas exatas 12 horas, isso se tornaria inaceitável para mim se eu não visse o desenvolvimento dela através da escolinha. Eduarda fala tudo o que houve, se expressa muito bem, sabe o que quer e o que não quer, sabe cantar músicas inteiras, e ama livros, gosto quando ela pega algum livro e diz: ó mami, 'iê'. É pra eu ler. Ela senta no meu colo, seja onde estivermos, no chão, no sofá, na casa de alguém... e ouve atentamente. Ela fala que 'gócha' (gosta) do 'coiéguias' (coleguinhas), e isso me da satisfação, somente por aquele dia, porque vai chegar a manhã do outro dia, e o meu coração vai doer de novo, e eu vou chorar vendo a van ir embora.
Ela já frequenta a escolinha por turno integral há 14 meses, uns 250 dias, já passou mais de 3 mil horas longe de mim.
Não me reocupo se ela precisa dormir cedo, só a coloco para dormir quando ela pede, se for tarde não tem problema, quero aproveitar cada segundo com ela, se a casa está de cabeça para baixo pego ela e levo pra passear, só arrumo quando ela dormir, mesmo que eu vá (e eu sempre vou) até de madrugada cozinhando para o outro dia, e arrumando os brinquedos que espalhamos pela casa. Prefiro acordar as 6 horas da manhã para estender a roupa do que estender enquanto ela está acordada, posso durmir menos, mas curti-la mais. 
Ela sente minha falta quando está comigo, digo isso porque sempre que chega da escola, ela me abraça, me beija, e não desgruda de mim, acostumou com nossa rotina, passamos apenas 4 ou 5 horas juntas durante o dia, e sempre que podemos, aproveitamos.
Tenho amigas que riem de mim, porque tenho sempre uma pergunta a fazer para a Eduarda:
 - Está feliz filha?
Elas dizem que pareço retardada, é óbvio que ela está feliz, está rindo, gargalhando, mas quero sempre me certificar, se um dia a resposta for negativa, farei o impossível, mas a tornarei feliz novamente.

Tenho culpa sempre... mas compenso.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

A minha mãe...


Ela tem 38 anos, nesta foto tinha 26, e eu 8. Se chama Luciane, e é minha mãe. Me concebeu aos 18 anos, (1 semana após completar). Embora  jovem, me planejou. Quando completei 3 anos, ela se separou, foi mãe solteira, na verdade sempre foi, desde que nasci, foi minha mãe e meu pai, meu aconchego, meu abraço, meu tudo, sempre me apoiou, sempre me fez "passar batida" a idéia de ter pai, como ela diz: sou bem resolvida quanto a isso,  o "biológico" - eu chamava meu pai assim, pois não mantiamos contato - até me procurou algumas vezes, mas eu era fechada pra entrar nesta relação, tomava as dores pela minha mãe, não queria saber de contato, meu pai era ela, sempre foi. Fora isso, eu tinha meus avós, dia dos pais eu dava presente a eles, e pronto, tava resolvido o assunto, nunca me peguei abatida, triste, ou querendo meu pai, eu sempre quis a minha mãe, por ela ser jovem, queria viver, sair, se divertir, eu ficava sempre com a minha vó paterna - depois da minha mãe ela era meu outro grande amor, minha vó costuma me lembrar que eu tinha um pai, era filho dela, mas eu não media palavras, eu nunca quis saber detalhes, depois que cresci, lá pelos 10 anos, ele resolveu dar as caras por aqui, mas na verdade quem eu mais me importava se ia me buscar na vó, na escola, na festinha, era minha mãe, minha jóia.  Até um acerta idade ela me chamava de "pézinho de barata branca", eu a-m-a-v-a dormir em cima dela, não sei, acho que eu sentia que ela estava presa, e que não sairia dali por nada. Sempre tive orgulho dela, era forte, guerreira, batalhadora, nunca me deixou faltar nada, se queria algo muito caro eu mesma dizia: MÃE O DIA QUE TU TIVER DINHEIRO TU ME DÁ? ela sempre supriu todas as minhas necessidades, senão podia aquele ela achava um parecido. Ela é linda, ela é ingraçada, ela é inteligente. Uma época trabalhou no hospital Moinhos, e subia toda a lomba da Ramiro comigo no colo, faça chuva ou faça sol, inverno ou verão, me ensinou tudo, foi minha amiga desde que nasci, a começar pelo fato de me livrar de ser chamada de ANTONINHA, uma vez que minha vó queria pôr este nome, já que nasci no dia de um tal santo antônio, ainda bem que minha bisavó Carolina morreu - Deus a tenha - pois assim recebi meu nome, Caroline. Hoje sendo mãe eu sei o que la sentia quando me deixava com alguém, quando me deixava na creche pra trabalhar, quando tinha que beijar minhas lágrimas, quando eu caia e me machucava, hoje eu sei que dor maior é quando seu anjo maior tem uma dor e tu não sabe onde é, não pode curar, se sente incapaz, por tudo e apesar de tudo, eu entendo a minha mãe, tudo isso porque hoje eu sou mãe, e dói dar tchau praqueles bracinhos estendidos com aquelas mãozinhas te chamando: mamãe, mamãe, mamãããããããe.
MÃEZINHA, EU TE AMO MUITO, OBRIGADA POR ME FAZER ENTENDER A VIDA, ME FAZER AMADURECER E AINDA ME FAZER RECEBER O AMOR DE DEUS ATRAVÉS DE TI, EU TE AMO, E TE AMO.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Razão de viver é você.

Abençoada da minha vida, te ver e não te querer é improvável, é impossível.

Quando soube que era mãe...

Era dia 13 de março de 2010, um sábado de verão. - Eu e o Eduardo eramos namorados há 7 meses. Tinhámos uma leve desconfiança, na verdade há muito tempo antes deste dia, até porque a data da concepção foi no carnaval, 3 semanas antes, mas sempre pensávamos: com a gente não acontece. Pura hipocresia - Então... a alguns dias me sentia diferente, o seio enorme, dolorido, pensei: Certo que vou ficar menstruada. Mas isso persistiu por mais 2 semanas do prazo ter estourado. Li na internet que para detectar se a menstruação estava chegando, o melhor seria preparar um café forte, forte, forte e ferver umas canelas em pau para dar gosto - gosto horrível diga-se de passagem -, pronto, fiz, tomei, quase vomitei, isso eram 10, 11 horas da manhã, passei mau, comecei a tremer, pensei de novo: Certo que vou ficar menstruada. Nesta hora aconteceu uma coisa ingraçada, que eu sempre conto dando risada quando alguém pergunta: Como é que foi quando tu descobriu? - a pergunta é direta e reta, porque eu consegui essa façanha em pleno século 21, em que camisinha se fala em qualquer esquina, na televisão, no rádio, nas redes sociais, até o governo distribui, eu tinha 18 anos, acabara de passar no vestibular, estava com a vida inteira pela frente pra desfrutar (ainda estou). - Logo que fiz o café, a vó - bisa célia da Duda, vó do Eduardo que está sempre com vontade de comer - entrou e disse: Dá um gole disso aí que tu ta tomando. E logo pensei: Puuuuuuuuutz, imagina se a vó fica menstruada? depois de setente e vários anos. Fiquei num pavor e disse: Não, não vó, nem sei se a senhora pode tomar isso. E saí correndo pro quarto. Horas passadas... E o mau estar piorava sempre mais, então eu pensei: quer saber? vou fazer um teste de farmácia, deve ser meu psicológico que está trancando a menstruação de descer (jura né). Pedi ao Eduardo que comprasse na farmácia em frente a casa dele, nos trancamos no banheiro, fiz xixi até nos dedos (muita gente já fez isso, aposto), foi o tempo de lavar as mãos, plin, duas listrinhas: Algúém já estava morando dentro de mim. Tensão no ar: PUTA QUE PARIU, eu tava grávida! Ficamos mudos por alguns segundos, saimos do banheiro a-pa-vo-ra-dos, liguei pra minha prima, a Simone, pra receber um conforto, sei lá, uma palavra de quem entendia disso, ela foi mãe mais jovem que eu, era da minha família, saberia me orientar, e soube, me deu um colo por telefone, falou coisas boas, e me desejou sorte. O tempo passou - as horas -, a noite a minha sogra chegou, e nós sentamos no pátio, nós três, eis que o Eduardo disse - sentado na porta, na rua - Bah Mãe, fudeu! - Como as coisas são né? essa ligação de mãe e filho eu só fui entender 9 meses depois. Acredite, ela entendeu na hora, e disse: Eu não acredito, vocês são brincadeira. Hoje ela diz que não pensou nela, pensou na gente, na nossa adolescencia que ia passar batida, nos compromissos que iamos ter.
Contar pra minha mãe, me rendeu um pouco de medo, não sabia do que ela era capaz, não que ela fosse me matar, mas da reação sabe, uma semana já tinha se passado, eu já pensava que ela sabia, me sentia super grávida, até barriga eu achava que tinha - que só foi aparecer com uns 4 meses -. Era vespera do aniversário da minha afilhada, a Yasmin, ela faria um aninho, filha da minha amiga Camila, que adivinha: foi mãe jovem. Eu estava cercada de exemplos, e assim mesmo... Dei o exame que tinha feito de sangue na segunda feira, pra ela ver, no início achou que eu estava brincando, mas depois - pela minha cara - viu uma cena se repetir na memória - ela também foi mãe jovem, com 17 anos - olhou para mim e o Eduardo e disse: bola pra frente, a vida tá aí, bem vindos ao mundo dos adultos. Senti um tapa, não queria decpcioná-la, eu estava me sentindo feliz embora todo aquele pavor, de cuidar de um bebê sózinha, dar mamá, trocar fraldas, eu sempre fiz isso bem, com meus primos, meu irmão, mas ia ser meu filho.
O restante dos 9 meses foram só alegrias, escolhemos os padrinhos, fizemos chá de panela, de fraldas, nos mudamos pra um lugar nosso, longe do aconchego da casa onde achávamos que passariámos a adolescencia, e quem sabe até aquela fase dos 20 aos 30, mas não, escolhemos outro caminho, nós que escolhemos, e assim foi.